terça-feira, 6 de março de 2012

Apresentado pedido oficial para iniciar a causa de beatificação de Antonino Baglieri


No dia 03 de março em uma celebração feita na Catedral de Noto, o Postulador geral para as Causas dos Santos da Família Salesiana, P. Pierluigi Cameroni apresentou o pedido oficial para iniciar a causa de beatificação de Antonino Baglieri, junto ao Bispo Diocesano de Noto, Dom Antonio Staglianó.

O Reitor-Mor dos Salesianos, P. Pascual Chávez Villanueva, revelou o seu testemunho mostrando quem era esse Voluntário Com Dom Bosco (CDB). Iniciou seu depoimento, apresentando a atualidade eclesial da mensagem de Nino Baglieri – tão evidente para aqueles que o conheciam ou que dele se aproximaram através dos seus escritos ou vídeo documentos – insistindo no fato de que ele manifestou a presença de Deus de forma muito natural e com uma linguagem imediata: uma linguagem que, sem esconder os momentos de fragilidade, deixa ver ainda hoje uma fé intensa e profunda.

Ao citar alguns escritos de Nino Baglieri, o Reitor-Mor P. Chávez sublinhou a grande fé e a absoluta confiança que tinha em Deus: “Deus (....) me deu a funcionalidade da vista para ver a cor das Suas maravilhas; do olfato para sentir o perfume da terra; da audição para ouvir a Sua Palavra. Deus deixou-me intato o cérebro para pensar e raciocinar, e discernir o bem do mal. Fez-me bater o coração para amar. A alma vive em mim! A vida está em mim! O mais notável é, porém, que Deus está em mim”. P. Chávez indicou como Nino, apesar dos seus limites, agradecia com grande otimismo a Deus por tudo; e convidava a estar sempre disponíveis, certos de que tudo será recompensado cem por cento.

O Reitor-Mor observou que o melhor testemunho de fidelidade a Deus que ele deu foi simplesmente o amor pela vida. Por quase 39 anos Nino Baglieri viveu a situação de tetraplégico: sendo 29 deles um hino à vida e à fé, manifestado na serenidade e na felicidade com as quais viveu o seu calvário pessoal: “Este singular ‘mistério do sofrimento’ – que Antonino tão bem personalizou deixando-se por ele transfigurar – ajuda a refletir sobre mais um ulterior aspecto: o caráter encarnado, concreto e físico da vida humana. Longe assim de ser uma ‘alma sem corpo’, ele aparece como uma alma ‘superencarnada’, contribuindo para lembrar que a Redenção e o evento espiritual passam sempre através da nossa carne e da nossa história” – disse o P. Chávez.

Lendo a história de Nino Baglieri, na ambiência da FS, o IX Sucessor de Dom Bosco racontou a sua experiência espiritual como sempre identificada na simplicidade. Nino Baglieri não fez experiências de êxtases ou visões místicas, mas aceitou a sua longa crucifixão, dócil à ação de Deus; e expressou uma felicidade que lhe permitia comunicar o dinamismo e a paixão pelo anúncio do Evangelho, características próprias do carisma salesiano.

E resaltou ainda a experiência de comunhão, um sinal eclesial de Baglieri – insistiu o P. Chávez – está marcada pelo fato de ter vivido em contato com vários carismas e diferentes espiritualidades. Movimentos, congregações e institutos de vida consagrada, associações, realidades eclesiais locais e não locais, encontraram na sua vida e no seu testemunho um especial lugar de encontro e de comunhão. O seu testemunho de comunhão foi reconhecido e declarado por muitos missionários, bispos e personalidades da Igreja que tiveram algum contato com ele.

No final da sua fala, o Reitor-Mor disse que o inicio da causa de beatificação de Nino Baglieri é – para todos os Salesianos, para a Igreja de Noto, para os CDB e para toda a FS – um motivo de ação de graças e de encorajamento para caminhar juntos para a Santidade.

QUEM FOI NINO BAGLIERI

Nascido em Modica (Ragusa), em 1951. Depois de frequentar as escolas elementares e começar a trabalhar de pedreiro, ou alveneiro, aos 17 anos, no dia 6 de maio de 1968 cai de um andaime de 17 metros de altura. Internado com urgência, Nino dá-se conta com amargura que ficou totalmente paralisado. Após longos anos de escuridão, passados sem sair de casa, em solidão, em sofrimento, em desesperança.
                                
Na Sexta-Feira Santa de  1978, às quatro da tarde, algumas pessoas da Renovação no Espírito rezam por ele; Nino sente em si uma verdadeira transformação. Desde aquele momento aceita a Cruz e diz o seu “sim” a Deus.

A partir de 6 de maio de 1982, Nino comemora o aniversário da Cruz. No mesmo ano entra a fazer parte da Família Salesiana como Salesiano Cooperador. Em 31 de agosto de 2004 faz a profissão perpétua entre os CDB. No dia 19 de janeiro de 2007, em Roma, participa dos ‘Dias de Espiritualidade da Família Salesiana’: teve para isso de enfrentar uma difícil viagem de carro até à Capital, para dar um último testemunho público (disponível em ‘ANSchannel’).

No dia 2 de março de 2007, às 8 horas, Nino Baglieri, depois de um período de longo sofrimento e prova, retorna a sua alma a Deus. Após a morte, revestiram-no com um uniforme e calçados de ginasta, a fim de que, como ele dissera, “na minha última viagem para Deus, eu possa correr-Lhe ao encontro”.


Fonte: http://www.infoans.org  

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