quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Segue alguns trechos da Homilia do cardeal Tarcisio Bertone na Cerimônia de Beatificação do Servo de Deus Zeferino Namuncurá
Chimpay (Argentina), 11 de Novembro de 2007
 
Hoje, louvar o Senhor no Beato Zeferino significa também fazer memória viva e reconhecida das antigas tradições do povo mapuche, altivo e indómito; e ao mesmo tempo redescobrir a fecundidade do Evangelho, que nunca destrói os valores autênticos, dos quais uma cultura é portadora, mas assume-os, purifica-os e aperfeiçoa-os. 

A própria vida de Zeferino é como uma "parábola" desta verdade profunda. Zeferino nunca esqueceu que era mapuche: o ideal supremo para ele era ser útil ao seu povo. Mas o encontro com o Evangelho fez crescer numa perspectiva nova a sua aspiração fundamental: alcançou assim o desejo ardente de se tornar salesiano, e sacerdote, "para mostrar" aos seus irmãos mapuches "o caminho do céu". 

Escolheu Domenico Savio como modelo de vida. Este aluno predilecto de Dom Bosco.

Quem entra na Basílica Vaticana pode ver no alto, no último nicho à direita da nave central, uma grande imagem de São João Bosco, que indica o altar e o túmulo de São Pedro. Ao seu lado estão dois jovens, um com traços europeus e outro com os típicos traços somáticos do povo sul-americano. A referência aos dois jovens santos é evidente: Domenico Savio e Zeferino Namuncurá. É a única representação de jovens presente na Basílica Vaticana. Assim, permanece fixado no mármore, no coração da cristianidade, o exemplo da santidade juvenil, e permanece fixada também a perene validade das intuições pedagógicas de Dom Bosco: num século e meio, na Patagónia, como na Itália e noutras partes do mundo, o sistema preventivo amadureceu frutos quase inesperados, formou heróis e santos. 

Beato Zeferino, agora dirigimo-nos à tua intercessão poderosa: apoia o nosso caminho, a fim de que também nós possamos proceder na estrada da santidade, fiéis aos ensinamentos de Dom Bosco. 

Tu alcançaste os cimos da perfeição evangélica cumprindo bem os deveres de todos os dias. Dessa maneira, recordas-nos que a santidade não é algo excepcional, reservado a poucos eleitos: a santidade é a vocação comum de todos os baptizados, e é a meta empenhativa da vida cristã quotidiana. 

Faz-nos compreender que, no final de tudo, só uma coisa importa: ser santos, como Ele, o Senhor, é santo. 

Beato Zeferino, guia-nos com o teu olhar sorridente. Mostra-nos o caminho do Céu! Acompanha-nos todos juntos ao encontro com o teu Amigo Jesus. Amém! 

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