segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Vocação Sacerdotal


A gloriosa Beatificação daquele humilde sacerdote da França que foi João Maria Batista Vianney, no dia 8 de janeiro de 1905 na Basílica Vaticana, confirma a vocação dos homens a figura sacerdotal, tornando-os pastores de almas e elevando a santidade sacerdotal, "O caráter sacramental da ordem chancela da parte de Deus num pacto eterno o seu amor de predileção, que exige em troca, da criatura escolhida, a santificação... O clérigo deve ser tido como um eleito entre o povo, cumulado dos dons sobrenaturais e participante do poder divino, numa palavra, um 'outro Cristo'... Já não pertence a si, nem aos parentes e amigos, nem mesmo à sua pátria. Deve consumi-lo um amor universal. Mais ainda, a caridade universal será o seu respiro, os seus pensamentos, a vontade, os sentimentos deixam de ser seus, para serem de Cristo, que é a sua vida".

 Mesmo conhecendo as dificuldades dos padres que encontram na sua vida pessoal e nos encargos do seu ministério, e nos queixamos de que o espírito de alguns ‚ batido pelas ondas deste mundo e entibiado pelo cansaço, contudo a nossa experiência também não ignora a fidelidade corajosa da maior parte e a devoção espiritual dos melhores. A uns e a outros, o Senhor dirigiu, no dia da ordenação, estas palavras de ternura: "Já não vos chamo servos, mas amigos!" (8) Que a perseverança e o crescimento na amizade divina constitui na alegria e a força de toda a vida sacerdotal.
 "O exemplo admirável do santo cura d'Ars conserva ainda hoje todo o seu valor", atesta Pio XII. (58) Nada poderá substituir na vida de um padre a oração silenciosa e prolongada diante do altar. A adoração de Jesus, nosso Deus, a ação de graças, a reparação pelas nossas próprias faltas e pelas dos homens, a súplica por tantas intenções que lhe são confiadas. E pela prática deste culto, esclarecido e fervoroso para com a Eucaristia, que um padre aumenta a sua vida espiritual e se preparam as energias missionárias dos mais valorosos apóstolos.
E através do padre que o povo de Deus, iluminado pela pregação da fé, e alimentado com o Corpo de Cristo, encontra a sua vida, o seu crescimento e, se lhe é necessário, reforça a sua unidade; é ali, numa palavra, que, de geração em geração, em toda a parte, cresce espiritualmente o Corpo místico de Cristo, que é a Igreja.
Que, pela graça de Deus, santo cura d'Ars, despertará em todos os padres o desejo de cumprir mais generosamente o seu ministério e, sobretudo, este "primeiro dever que é trabalhar na sua própria santificação".
 Que Deus olhe profundamente para todos Padres, para suas dificuldades e suas angustias, colocando em seus corações a certeza da vitória por serem Cristo para nós.

Texto fundamentado na CARTA ENCÍCLICA "SACERDOTII NOSTRI PRIMORDIA" DE SUA SANTIDADE O PAPA JOÃO XXIII

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