quarta-feira, 11 de julho de 2012

Um verdadeiro testemunho vocacional deixado no grande legado à Igreja Católica pelo Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales


Homenagem a Dom Eugênio, que na certeza de sua páscoa e na esperança de que compartilhava da convicção que nos foi deixada pelo apóstolo de que a “a coroa da justiça” está reservada para ele pelo Senhor, o justo juiz, que dará essa coroa, “não somente a ele, “mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação”( 2 Tm 4,8).

Recentemente, por ocasião da Páscoa deste 2012, ele mesmo determinou que seria publicado um último artigo no qual ele escreveu: “Ao passo que a alegria, presságio do transcendente, faz-nos sentir algo superior às experiências comuns, ela, todavia, acorda em nós o mais próprio, o mais íntimo de nós mesmos. Será que não está inscrita na experiência pura e honesta da alegria uma tênue e todavia forte certeza de que a mais profunda realidade de nosso ser é imagem do eterno? Este estado de alma é como uma atmosfera jubilosa de nossa mente, que se reflete em nossos sentimentos e que se irradia em nossos relacionamentos humanos”.
Dom Eugenio nasceu em Acari, no Rio Grande do Norte no dia 08 de novembro de 1920, ingressou no seminário em 1936. Após o Curso de Humanidades, foi enviado ao Seminário Maior da Prainha em Fortaleza. Lá permaneceu de 1937 a 1943. foi ordenado diacono em março de 1943, e ordenado sacerdote em novembro do mesmo ano. Aos 33 anos, em agosto de 1954, foi nomeado bispo titular de Tibica e auxiliar de Natal pelo papa Pio XII.
Entre os anos de 1962 e 1964 exerceu a função de administrador apostólico da Arquidiocese de Natal, quando é então nomeado administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador. Após quatro foi nomeado pelo papa Paulo VI Arcebispo de Salvador e no ano  de 1971 foi nomeado arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro pelo papa Paulo VI, cargo que ocupou até julho de 2001.
Criou as pastorais: Penal, da Saúde, do Trabalhador, das Domésticas, do Anônimo, do Menor e das Favelas, um dos seus marcos foi a preocupação com a questão social, com um destaque para a Pastoral das Favelas surgiu em 1976, e ganhou maior visibilidade em 1978, com o caso Vidigal. Caso em que o secretário de Obras do município alegou que o morro tinha risco de desabar, e por isso, os moradores deveriam ser removidos e transferidos, com o apoio da Pastoral das Favelas e de advogados, se mobilizaram e conseguiram impedir a remoção do local mudando a política fundiária.
Também inspirado pelo seu lema episcopal, “Impendam et Superimpendar” (alusão a 2Cor 12, 15: “Quanto a mim, de muito boa vontade gastarei o que for preciso e me gastarei inteiramente por vós”), Dom Eugênio foi Padre Conciliar do Vaticano II, criador da Campanha da Fraternidade e também apoiou o Movimento de Educação de Base e as Comunidades Eclesiais de Base. 
A trajetória de Dom Eugênio, frutificou a vida da Igreja e do povo, tornando-se referência da Igreja nos momentos mais significativos da vida social e política no Brasil'', conforme nota   da CNBB 
  
Em telegrama Papa Bento XVI expressou seus sentimentos:
No telegrama enviado ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, o Pontífice ressaltou que Dom Eugênio revelou-se "autêntica testemunha do Evangelho no meio do seu povo”. afirmou o o Papa
“Recebi a triste notícia do falecimento do venerado Cardeal Eugênio de Araújo Sales, depois de uma longa vida de dedicação à Igreja no Brasil”, disse o Papa no telegrama.
Bento XVI disse ainda dar graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor que, nos seus 70 anos de sacerdócio e 58 de episcopado, procurou apontar a todos a senda da verdade na caridade e do serviço à comunidade, em permanente atenção pelos mais desfavorecidos, na fidelidade ao seu lema episcopal: “Impendam et superimpendar” (gastarei e gastar-me-ei por inteiro por vós). 
Baseado em diversos textos e na nota emitida pela CNBB e no telegrama enviado pelo Papa Bento XVI
SMM

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