Segue alguns trechos da Homilia do cardeal Tarcisio Bertone na Cerimônia
de Beatificação do Servo de Deus Zeferino Namuncurá
Chimpay (Argentina), 11 de Novembro de 2007
Chimpay (Argentina), 11 de Novembro de 2007
Hoje, louvar o Senhor no Beato Zeferino significa também fazer memória
viva e reconhecida das antigas tradições do povo mapuche, altivo e indómito; e
ao mesmo tempo redescobrir a fecundidade do Evangelho, que nunca destrói os
valores autênticos, dos quais uma cultura é portadora, mas assume-os,
purifica-os e aperfeiçoa-os.
A própria vida de
Zeferino é como uma "parábola" desta verdade profunda. Zeferino nunca
esqueceu que era mapuche: o ideal supremo para ele era ser útil ao seu povo.
Mas o encontro com o Evangelho fez crescer numa perspectiva nova a sua
aspiração fundamental: alcançou assim o desejo ardente de se tornar salesiano,
e sacerdote, "para mostrar" aos seus irmãos mapuches "o caminho
do céu".
Escolheu Domenico
Savio como modelo de vida. Este aluno predilecto de Dom Bosco.
Quem entra na
Basílica Vaticana pode ver no alto, no último nicho à direita da nave central,
uma grande imagem de São João Bosco, que indica o altar e o túmulo de São
Pedro. Ao seu lado estão dois jovens, um com traços europeus e outro com os
típicos traços somáticos do povo sul-americano. A referência aos dois jovens
santos é evidente: Domenico Savio e Zeferino Namuncurá. É a única representação
de jovens presente na Basílica Vaticana. Assim, permanece fixado no mármore, no
coração da cristianidade, o exemplo da santidade juvenil, e permanece fixada
também a perene validade das intuições pedagógicas de Dom Bosco: num século e
meio, na Patagónia, como na Itália e noutras partes do mundo, o sistema
preventivo amadureceu frutos quase inesperados, formou heróis e santos.
Beato Zeferino,
agora dirigimo-nos à tua intercessão poderosa: apoia o nosso caminho, a fim de
que também nós possamos proceder na estrada da santidade, fiéis aos
ensinamentos de Dom Bosco.
Tu alcançaste os
cimos da perfeição evangélica cumprindo bem os deveres de todos os dias. Dessa
maneira, recordas-nos que a santidade não é algo excepcional, reservado a
poucos eleitos: a santidade é a vocação comum de todos os baptizados, e é a
meta empenhativa da vida cristã quotidiana.
Faz-nos compreender
que, no final de tudo, só uma coisa importa: ser santos, como Ele, o Senhor, é
santo.
Beato Zeferino,
guia-nos com o teu olhar sorridente. Mostra-nos o caminho do Céu! Acompanha-nos todos juntos ao encontro com o teu Amigo Jesus.
Amém!
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