Em dezembro do ano passado realizou-se na
Espanha uma formação relativo ao tema “Descobrir o mundo dos jovens”, neste
encontro que teve duas paletras e em torno de 130 participantes na obra
salesiana de Martí-Codolar, todos participantes puderam depar-se com a
realidade da juventude hoje e seus valores.
Na
primeira exposição feita pelo sociólogo Juan M. González-Anleo, procurou
refletir sobre o tema “Valores e contra-valores dos jovens de hoje”. O Dr.
González-Anleo falou como os jovens de
hoje são, em muitas ocasiões, um coletivo sentido como problema, relacionado
com drogas, promiscuidade, e com um espírito de “Peter Pan” pelo qual deseja
alargar ao máximo o período da juventude, concebida como uma fase da vida a ser
gozada o mais longamente possível.
Ele
sublinhou ainda que “os jovens de hoje são os grandes herdeiros da falência
ideológica do século XX”, e que isto os marca profundamente. Os jovens viram a
maior parte das lutas ideológicas iniciadas por seus pais – como a revolução de
maio de 1968 contra a sociedade do consumo – e foram uma após outra apagando e
como a realidade de hoje seja a do modelo capitalista de consumo, em que o
benefício econômico impera por sobre todas as demais coisas.
Neste
contexto, quando se perguntou aos jovens (em “Jovens Espanhóis 2010”o qual Dr González-Anleo
foi um dos autores), se estivessem interessados em receber uma formação aos
valores, quase todos (100%) responderam que estão muito ou bastante
interessados. E os valores para os quais jovens e adultos convergem são: a
tolerância, o respeito, a honestidade e a responsabilidade.
O
sociólogo ainda afirma “o pedido de
valores pelos jovens é muito mais ampla que a oferta dos adultos” e este dado
impele a refletir sobre a necessidade de concentrar esforços sobre a população
educadora.
Classificação
das coisas mais importantes para os jovens de hoje
Uma
pesquisa feita sobre as coisas mais importantes para os jovens indicou, as mais
importante à menos importante: a família, a saúde, os amigos, os conhecidos,
ganhar dinheiro com a finalidade de gastá-lo em ócios, o casal, a política. E
em último lugar, a religião.
Dr
González-Anleo explicou que esta manifetação feita pela juventude mostra a
diferença enorme em que os jovens percebem como perto ou distante. Mas o
importante e diferente de alguns anos atrás os jovens colocaram a família em
primeiro lugar indicando que a grande parte confiam nela e se sentem bem em
casa, isto porque porque a maioria “não têm problemas”: não se deve discutir
para horários de chegada ou saída, não se fala de temas políticos nem
religiosos, e evita-se ao máximo o confronto.
“Os
pais não desencontram absolutamente os filhos e isto remete ao conceito das
assim chamadas «famílias light»” – afirmou o sociólogo.
Até
que ponto pode uma “família light” educar aos valores? E é aqui que inicia o
triângulo Família–Escola–Mídia, o problema é de quem que deve assumir o encargo de formar aos
valores. Se a família não se julga capaz dessa educação aos valores, porque
prefere evitar o confronto; se a escola pensa que essa tarefa deva começar em
casa, porque “eles-elas” já têm suficiente trabalho com o ensino das
disciplinas escolares...; se é claro que a mídia concentra os seus valores em
conseguir o máximo benefício dos produtos que oferecem (programas de telelixo,
‘reality shows’, etc.)... – então de fato a situação complica-se assaz.
Os jovens e a religião
Hoje os jovens de percebem a religião como algo muito distante e em último lugar na ordem de importância. Tal rejeição, explicou González-Anleo, está profundamente marcada pela visão negativa em que grande parte da juventude tem da “igreja hierárquica”, considerada por demais rica (79%), antiquada em matéria sexual (78%), com preceitos que não permitem gozar da liberdade – um dos valores mais apreciados pelos jovens – e com peso demasiado na sociedade atual.
Hoje os jovens de percebem a religião como algo muito distante e em último lugar na ordem de importância. Tal rejeição, explicou González-Anleo, está profundamente marcada pela visão negativa em que grande parte da juventude tem da “igreja hierárquica”, considerada por demais rica (79%), antiquada em matéria sexual (78%), com preceitos que não permitem gozar da liberdade – um dos valores mais apreciados pelos jovens – e com peso demasiado na sociedade atual.
Embora os jovens sejam capazes de ver os
aspectos positivos da Igreja – acode os pobres e marginalizados, dá normas que
ajudam a viver com mais moralidade e oferece um refúgio espiritual aos homens –
a percepção negativa predomina sobre a positiva.
Na reflexão, a Igreja tem um enorme
problema de ‘marketing’, que faz com que a imagem que chega à maior parte do
povo através da mídia de maneira inadequada e que, além disso, não responde à
realidade das comunidades de base cristãs de uma Igreja vizinha aos mais
carentes. Em tempo de crise, o exemplo da Caritas, e de muitas outras
realidades religiosas, é mais que significativo.
Interpelado pelo auditório sobre quais
sejam as chaves da evangelização dos jovens de hoje, o sociólogo comentou que é
fundamental fazer um bom marketing entre os jovens e “isso começa por ouvir as
suas necessidades”. As chaves poderiam ser: orientar ao sentido da vida, a
liberdade e a auto-expressão integral, uma igualdade maior e uma comunidade
fervorosa. E a reconstrução de três mensagens: o sentido, a salvação, a
comunidade.
O
outro aspecto abordado foi em relação aos desafios atuais e resposta salesiana à juventude européia, onde O
salesiano P. Alexandre Damians, especialista em pedagogia preventiva, valores
humanos, explicou que a sociedade européia se encontra num momento em que o
modelo consumista desencadeou a perda dos valores que têm como centro a pessoa
e o seu crescimento pessoal, em favor dos benefícios comerciais.
O especialista salesiano exortou as
comunidades, segundo a sua realidade, a trabalhar para tentar criar um clima de
fraternidade que permita ganhar a confiança dos jovens. “Uma vez ganha a
confiança do jovem, conseguiu-se tudo”. E recordou que é um bom momento para
aplicar a pedagogia salesiana da alegria e do sorriso, porque muitas vezes –
referindo-se à necessidade de ser amáveis e empáticos com todos – “uma boa cara
à mesa é tudo”. Amáveis e empáticos especialmente com os jovens, para que eles
abram as portas do próprio mundo.
Com
essas realidades difíceis e olhando para nossa realidade sul americana e mais
especificamente brasileira, fica pergunta como estão nossos jovens, vivem
conforme uma realidade européia, e como poderemos enfrentar tais desafios?
Pense nisso....
ASMM
Fonte: http://www.infoans.org
Publicado: 31/1/2012 - Espanha – Estão realmente em crise os Jovens?
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